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-Joana... Já vai se arrumar idiota? - Pergunta Luiza zombando.
-Vou! - Fala ela fria.
-Você se acha demais não é? Só por que é a preferida do Diego!
-Olha aqui... Eu quero é distância de você e dele! Vocês são maus! Eu quero ficar bem longe!
-Você é uma idiota! Nunca vai sair daqui!
-Eu vou sim! Eu não sou que nem você! Eu não gosto. Você que adora se vender por mixaria.
Luiza dar uma gargalhada de zombaria.
-É! Você tem razão! Eu gosto. Ou melhor... Não... Eu não gosto. EU ADORO!
Joana sai de perto de Luiza e corre para um dos quarto que tinha no primeiro andar. Começa a chorar.
-Por que meu Deus? Por que isso está acontecendo isso comigo? Se eu pudesse voltar atrás... Se eu pudesse mudar o passado...
Lívia entra no quarto e ver sua amiga chorando.
-Calma Joana! - Ela corre para abraçá-la.
-Lívia... - Ela já gaguejava de tanto chorar. - Eu não... não aguento ma.. mais. Eu que... quero voltar... Por fa... favor...
-Joana e3u entendo você! Mas seja forte! Logo esse pesadelo vai acabar!
Ouve um forte estanco e porta se escancara, Diego entra no quarto.
-O que houve com você Joana? Por que ainda não se arrumou?
-Ela não está bem Diego! Não vai trabalhar hoje.
-Quem é você pra dizer se ela vai ou não trabalhar? Sai Lívia!
Lívia abraça Joana e fala:
-Tudo vai acabar bem! Não fique...
-Fora Lívia! - Ele não grita, mas fala com autoridade.
-Ta, ta... Já vou!
Lívia sai do quarto e Diego fecha a porta do quarto.
O quarto estava bem escuro e precário. Joana estava sentada na cama e Diego olhava um espelho antigo que estava pregado (literalmente) em uma parede suja.
-Você tem que trabalhar hoje!
-Ah... Já sei! Já tem um cliente não é?
-Ele é importante.
-Quem é?
-Sr. Tolbby. Um cara da alta sociedade. - Disse com indiferença.
Joana levanta e vai até a janela. Ver alguns homens chegando. Imaginou à quanto tempo esperavam pelo sábado, todos com muito dinheiro no bolso. Talvez em casa a mulher não dê conta para eles procurarem um bordel. Bom... Pelo jeito parecia. Pelo menos todos estavam com um sorriso no rosto. Prontos para vagabundar. Coitadas das esposas. Talvez estejam em casa cuidando dos pequanos filhos. Pobrezinhas... Talvez até pensem que os seus maridos estejam trabalhado. Ou não... Talvez até saibam onde estavam.
Joana "voava" nesses pensamentos quando uma voz quebra eles:
-Você sabe que eu sou louco por você!
Ela vira para Diego que agora a encarava.
-Que forma engraçada de gostar, não é?
-Se você não fose tão orgulhosa, você não faria o que faz.
-Se vai falar que eu deveria ficar com vc, esquece! Você me enganou! Isso não tem perdão!
Ela atravessa o quarto, abre o guarda-roupa e pega o vestido e logo o espartilho.
-Então morra nisso! Por que não vou deixar você sair! Você não vai fugir de mim!
-Grande coisa! Você já acabou com minha vida mesmo!
Diego sai do quarto batendo a porta.
Joana limpa seu rosto e começa a se maquiar. Coloca o espartilho e o vestido preto.
Ao descer, viu que o salão estava cheio. Homens novos, velhos, senhores. Todos com paletó, gravata e sorrisinho no rosto.
O salão estava bem animado. Joana andava até o balcão onde estava Joy, um gay que servia bebidas.
-Amigaa... Hoje está bombando. Tem muito BOFE!!
Joana ria, mas dentro daquele sorriso havia uma tristeza.
-O que foi amiga?
-Nada Joy, é que...
-JOANAA...
Ela olha para trás e ver o sorriso cínico de Diego.
-Quero que conheço o Sr. Tolbby.
Joana via um homem mediando. Aparentemente de uns 50 anos. Usava paletó e gravata. Seu rosto era de poucos amigos. A antiapátia estava estampada.
Ela sorriu e ele fez um grande esforço para sorrir.
-Ele vai levá-la até o apartamento dele e...
-Já disse o que precisa? - Corta Joana.
-Sim, sim... Camisinha e nada de beijo na boca.
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Ao entrarem no carro, Sr. Tolbby fala:
-Não quero que pense que sou igual a todos. Eu sou diferente.
-Tenho certeza! - "Idiota. É igual a todos sim. Após 'tocarem o céu' nos tratam que nem cachorra" pensava ela.
-Eu não quero transar com você!
Ela se assusta ao ouvir aquilo.
-Eu quero fazer outra coisinha com você!
Ela nada fala. Tudo era melhor do que transar com um cara que nem conhecia direito.
Ao chegar no apartamente, ele abre o quarto e fala:
-Tire a roupa!
Ela, obediente, tira sem nenhuma objeção. Ele pega nos seus braços e a amarra em uma coluna. Quando ele faz isso, ela entra em pânico. Se lembrara de uma vez que acontecera isso. Um cara lhe espencara tanto que ela ficou sem andar por dois dias. Ele pega um chicote e começa a bater nela. Ela não conseguia dizer uma palavra. Apenas gritava de tanta dor.
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Orlando acordava lentamente. Logo percebeou que Miranda estava ao seu lado.
-Bom dia amor! - Fala ele ao ver que ela também acordava.
-Bom dia querido - Ela rir. - Sabe que já me sinto casada?
-Logfo estaremos casados. Só alguns meses.
-Já confirmou sua ida na festinha do Leví?
-Ah... Falei com ele ontem. Disse que ia.
-É... Hoje vai ter o chá de panela da Line. Também disse que ia.
-Já comprou alguma coisa?
-Sim. Comprei um quadro original do Portinari. Ela vai amar. E você?
-Ainda não! Estava pensando em comprar um calcinha com gosto para ele.
Eles riem.
-Queria zoar com a cara dele.
-É uma boa idéia! - Ela o abraça. - Vou levantar. Tenho que passar o dia na casa de Line. Prometi.
Ela levanta. Ele fica alguns minutos na cama e ao ouvir o barulhos do chuveiro, corre para o banheiro.
Ao sairem do banhor, tomam café e saem. Miranda para para de Line e Orlando, para o shopping.
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Parecia que aquela noite de terror nunca iria acabar.
Após Tolbby terminar o "serviço", leva Joana de volta. Ela ao entrar em um dos quartos, adormece e pesadelo vai e vem em sua cabeça. Ao acordar totalmente, toma um banho. Havia várias marcas em suas costas. Quando a água passava, ardia e Joana sentia a pele afundada. Ao se trocar vai a sua casa, pois não morava com as outras. Toma café e sai para procurar roupa para o showzinho particular daquela noite.
Vai ao shopping e entra em uma lojinha espaçosa, com uns três corredores logos com estantes decoradas com lingeries de todas a cores e estilos. Ao entrar, encontra alguns mulheres em um balcão cor-de-rosa, ousado, com uma grande agitação de clientes. Conhecia duas delas, Phabianne e Laura. Duas brasileiras que trabalhavam na loja.
-Oi Phaby. - Diz ela sorrindo. - Como vai Laura?
-Hei Joana! Estamos bem. E você? - Fala Phabianne.
-Vou indo...
Laura era muito calada. No começo, Joana até achou que ela era muda.
-Tudo bom Joana? - Pergunta Laura.
-É... Na medida do possivel...
-O que vai querer hoje?
-Uma coisa diferente! Showzinho particular. Despedida de solteiro. Aquele desgraçado do Diego me deu 225 Euros para comprar a roupa completa. Vou ter que fazer milagres.
-Que nada fofa. Aqui temos algumas roupas que dão certinho e nem saem tão caro.
Phabianne começou a mostrar alguns roupinhas. Variava de acordo com os personagens, Joana gostava de ir naquela loja por que era um dos poucos lugares que se sentia bem. Podia passar a tarde inteira com as duas.
Joana já estava pagando quando um homem atraente, moreno, olhos negros e muito chamativo entra na loja. As mulheres que estavam na loja bateram os olhos nele. Joana se virou e reconheceu na hora. Era o ator Orlando Bloom. O galãzinho de Londres. No mesmo instante ela virou-se para as garotas e falou:
-Vou indo garotas! Acho melhor eu ir...
-Não precisa se encomodar por minha causa. - O homem fala, chegando ao seu lado.
-Hã? Não não. Você que não se encomode! Já estava de saida mesmo. - Ela dar um largo sorriso. - Tchau garotas! E obrigada pela dica maravilhosa que me deram. Beijinho!
Joana se despede das garotas e sai da loja.
Orlando vira para as duas funcionárias da loja e fala:
-Vocês têm calcinha com gosto por aqui?